Critica | X (X — A Marca da Morte) — 2022
Escrito, dirigido e produzido por Ti West, X (X — A Marca da Morte, no Brasil), o novo filme de terror da A24, finalmente chega aos cinemas brasileiros no dia 11 de agosto de 2022 e será distribuído pela PlayArte após 5 meses do lançamento nos cinemas norte-americanos. Mesmo com um grande intervalo de lançamento entre Estados Unidos e Brasil, é necessário parabenizar a distribuidora, que fez de X seu maior investimento no ano de 2022, e aposta na experiência que a produtora A24 proporciona para trazer mais pessoas as salas dos cinemas brasileiros. Dessa forma, espero que X seja um sucesso no Brasil, pois o filme tem qualidade o suficiente para se tornar um clássico da produtora.
No fim da década de 70 um grupo de jovens viaja para uma fazenda no interior do Texas para gravarem um filme pornô, mas os donos do local apresentam características estranhas que ameaçam a estadia dos jovens.
É impressionante a forma com que a trama é construída. A primeira parte do filme é utilizada para estabelecer personagens e faz isso da melhor maneira possível, utilizando o sexo como parte importante da trama resultando em cenas que constroem e consolidam as personalidades de cada um dos jovens. Assim, temos momentos incrivelmente bem dirigidos, que conseguem criar uma boa expectativa para o andamento do longa, o que exalta ainda mais o diretor Ti West.
O filme se passa em poucos cenários e aposta na sua originalidade e roteiro para disfarçar o baixo orçamento, assim como já foi feito em outros slashers. Mas com certeza, X tem algo a mais, seja pelo drama pessoal que ele apresenta nos personagens, ou pela construção de um ótimo primeiro ato. Assim, mesmo seguindo algumas fórmulas de outros filmes do mesmo subgênero produzidos nos anos 70, X estabelece um excelente ritmo, com atos cada vez mais profundos, violentos e chocantes.
Na questão de crise criativa que atinge o gênero terror atualmente é necessário dizer que a experiência de assistir a X é extremamente rica. Pois o filme foge de todos os clichês atuais do dos filmes de terror e parte disso se deve muito a sua produtora. A A24, mais uma vez, traz uma obra muito característica, que não se volta apenas para o resultado de bilheteria, contando com saídas de roteiro baratas. Mas sim trazendo cenas marcantes e criativas.
Gostaria de destacar o trabalho do diretor Ti West e especialmente das atrizes Mia Goth e Jenna Ortega, que entregam cenas memoráveis. Toda a personalidade, originalidade e qualidade do filme passam pelas personagens interpretadas por elas.
A proposta de Ti West de tornar X uma franquia é bastante ambiciosa, porém é muito bem argumentada pelo diretor, produtor, roteirista e responsável pela montagem do longa, que diz “Não se pode fazer um filme de slasher sem várias sequências”. É bastante interessante saber que a mente por trás de X valoriza tanto sua obra, seus personagens e a história do slasher. Por isso é claro, há tantos elementos que prestam homenagens a este subgênero em nesta obra. A prequela de X já foi confirmada pelo diretor. Pearl ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, mas já possui trailer disponível.
X é extremo em todos os aspectos e utiliza muito bem os elementos de suspense e terror para entregar um slasher de qualidade. O longa é considerado até agora a grande obra de terror do ano e faz jus a este posto.
NOTA: 9/10