Critica sem spoilers | Doctor Strange in the Multiverse of Madness (Doutor Estranho no Multiverso da Loucura) — 2022

Cinema Show
3 min readMay 8, 2022

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Doctor Strange in the Multiverse of Madness (2022). Direção de Sam Raimi. Estados Unidos. 126 minutos.

O grande lançamento da Marvel após o sucesso de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa traz novamente o conceito de “filme-evento”, algo que já perdura há algum tempo dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. O filme é dirigido por Sam Raimi, o que justifica minha expectativa com a produção, devido a qualidade do diretor para misturar gêneros e surpreender em diversos aspectos. E que assina a direção de um dos meus filmes favoritos de todos, Homem-Aranha 2, lançado em 2004.

Dito isso, já adianto, o filme tem êxito em misturar gêneros e gera surpresa por utilizar de elementos de terror e suspense em um longa de super herói. Mas sofre com a dificuldade de realmente explorar as possibilidades que o conceito multiverso trás, o que é frustrante, visto que, o roteiro carrega a culpa de deixar de lado boas abordagens que poderiam ter sido utilizadas. Assim, a obra se perde conforme vai avançando, deixando de fazer jus a seu próprio nome.

Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), se encarrega da tarefa de proteger America Chavez (Xochitl Gomez) após se deparar com diversas ameaças que põem risco todo o Multiverso.

De qualquer forma, está longe de ser um desastre. Ainda que a premissa seja simples, o longa consegue ser confuso, devido a uma montagem mediana. O que faz com que, o terceiro ato seja uma completa bagunça, com decisões bem ruins. É possível visualizar isso pois, no longa tudo muito repentino e sem o desenvolvimento necessário.

Assim como no primeiro filme do Doutor Estranho, a vida pessoal do personagem é abordada de forma rasa e não consegue desenvolvimento. Ainda que desperte certa curiosidade quanto ao relacionamento de Stephen e Christine, interpretada por Rachel McAdams.

As famosas aparições já vazadas anteriormente têm pouca função na trama e servem apenas para fan service, o que nunca é um problema em filmes de herói, porém aqui é tudo muito rápido e pouco divertido. Com exceção de uma das aparições que consegue surpreender e tornar a cena um pouco mais interessante. Dito isso, a aparição de um ator já conhecido na filmografia de Sam Raimi é muito mais divertida e recompensadora.

Infelizmente, as decisões criativas fazem com que tudo pareça apressado, não conseguindo criar uma sensação de importância com os personagens. Assim, apenas esboça uma sensação de perigo eminente dado pela aparição do antagonista, mas não chega a explorar nenhuma ideia que poderia ser desenvolvida dentro do contexto de um multiverso.

Assim como no primeiro filme do personagem, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, conta com mais e mais caleidoscópios, efeitos visuais belíssimos e cenas de ação estonteantes que são com certeza o ponto alto do longa. Uma cena em específico é bastante interessante, criativa e visualmente muito boa. É visto como outro ponto positivo a forma com Sam Raimi utiliza uma base para apresentar o terror durante a rodagem, mesmo que de forma básica. Mas ainda assim dá originalidade e personalidade a obra que, infelizmente, possui total descaso com a história e com seus personagens.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é bem dirigido, porém mal aproveitado. Sam Raimi vai até o limite, mas a Marvel ainda está no automático, dentro da sua fórmula e zona de conforto. As expectativas eram altas, no entanto o filme não atinge todo o seu potencial.

NOTA: 6/10

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